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Desligar nas férias

Todos sabemos que o stress faz mal à saúde. Na verdade, conhecemos em muitos casos na primeira pessoa as suas consequências no nosso corpo. O stress eleva a pressão arterial, enfraquece o sistema imunitário, provoca dores de cabeça, dores de costas, rigidez muscular e até mesmo reações alérgicas. A produtividade ressente-se do cansaço, e em ambientes de elevada competitividade destacam-se as pessoas capazes de agir com mais calma, racionalidade e sem se deixar afetar pelo stress.
Em tempo de verão, as férias são a oportunidade ideal para dar atenção às manifestações e modificações que o nosso corpo sente devido ao stress. É nas férias que conseguimos finalmente descontrair. No entanto, de nada serve termos férias se no regresso à rotina os hábitos pouco saudáveis são retomados, e os níveis de stress voltam a ser elevados.
A osteopatia oferece várias soluções para as consequências do stress e fadiga, com estratégias concretas para manter o equilíbrio do corpo e gerir os efeitos físicos do stress. Apoia o corpo a curar-se e a regular-se, promovendo o equilíbrio interno pela manipulação. Pode ajudar a lidar com o stress em várias fases, seja na prevenção, seja na recuperação.
A prática osteopática baseia-se na crença de que todos os sistemas do corpo estão relacionados, e que qualquer disfunção num sistema afeta todos os outros. Assim sendo, o corpo é uma unidade, onde existe uma inter-relação necessária entre a estrutura e função, pois o corpo humano possui os seus próprios mecanismos reguladores e a capacidade de se defender e curar.
Sabemos bem que o corpo humano tem limites, mas por vezes não está nas nossas mãos acalmar e equilibrar as nossas vidas. Em vez de nos culparmos, o que apenas agrava a situação, podemos encontrar na osteopatia o alívio necessário das áreas sintomáticas para aguentar fases de picos de stress e fatiga.
Segundo esta terapia, e do ponto de vista holístico, o funcionamento normal é perturbado quando as condições do meio ambiente superam a capacidade que o corpo tem de se manter e aí surge então uma patologia. O princípio básico da osteopatia é não mais que fazer com que o corpo chegue ao seu expoente máximo de funcionamento, eliminando os obstáculos que o impedem de chegar até lá, sendo que também as componentes somáticas representam fatores potenciadores para que as mesmas patologias se mantêm ou prolonguem.
Os princípios da osteopatia são simples: o bem-estar depende da harmonia do nosso corpo, incluindo ossos, músculos, ligamentos e tecidos moles. Quando há dor, estamos em situação de desequilíbrio estrutural ou funcional, que o osteopata pode resolver com uma terapia de manipulação, sem medicamentos ou procedimentos invasivos.
Em situações de stress, a pressão sobre o sistema músculo-esquelético pode ser grande, conduzindo a contração muscular, ombros levantados e dobrados para a frente, respiração curta e superior, sem recurso ao diafragma (o que acaba por afetar também o sistema digestivo). O alívio desta tensão muscular pode conduzir a resultados no imediato, melhorando logo a condição do paciente, por facilitar o fluxo sanguíneo, relaxar os músculos e reduzir a dor. A melhoria vem também do toque em si, que tende a relaxar-nos, e de estarmos finalmente a fazer alguma coisa para controlar a nossa vida. O osteopata pode ainda dar importantes indicações relativamente à gestão quotidiana da dor física causada pelo stress.
No entanto, é sempre fundamental a reeducação para uma vida mais tranquila e equilibrada. Estão aí as férias, que são também uma altura em que olhamos para nós próprios e tomamos decisões. Saibamos optar pela nossa saúde, respeitando os nossos limites e aumentando a nossa resistência, sem a forçar.

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